quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Querido Amigo Vitor,



Voltei de Jaguariúna, onde fui comemorar o Dia dos Pais, com boa parte da família.
­A alegria do encontro não foi total. Mais uma vez, você compareceu de modo rápido e esporádico, demonstrando não ter prazer na convivência entre entes queridos.
Vi sua mãe preocupada e angustiada, mostrando o seu pai, os mesmos sentimentos. Sei que eles fazem tudo o que podem para a proteção dos filhos, augurando futuro feliz para eles. Na escola, no trabalho, e no lazer.
As escolas que eu freqüentei, foi com grande dificuldade! O meu pai e minha mãe não podiam se de dedicar ao zelo do filho; não tinham carro e nem dinheiro para tomar uma condução. Mesmo assim, eu ficava contente e agradecido, quando permitiam que eu as freqüentasse, não exigindo que eu trabalhasse para ajudar a romper a pobreza.
Nas primeiras escolas, o sacrifício era extremo! Morávamos no mato, a 8 km, de distância. Levantava de madrugada, sempre com vontade, arreava um cavalo, e ia embora. Café da Manhã não existia!
Pegava o cavalo, o burro, a égua, a mula, ou aquele que estava mais fácil, para cumprir minha sagrada missão. Um dia, fui montado num boi. Foi um sucesso! Ele foi o único animal que consegui pegar. Faltar a aula? Nem pensar! As notas? Sempre as mais altas! Eu levava tudo muito sério, por ver a dificuldade da família, perdendo o ganho do meu trabalho.
Passando essa fase, fui ao trabalho remunerado, estudando a noite! Que sofrimento – sem reclamar!!! A fé e a gratidão venciam tudo!
Formado, nunca parei de estudar, procurando o aperfeiçoamento que a empresa exigia, mesmo nas escalas superiores de posição.
Por isso, a expressão: ‘’Não Sei”, nunca existiu. Portanto, eu me preparava para ocupar qualquer cargo.
Eu era imberbe e já era galgado às mais altas posições nas empresas por onde passei.
A minha preocupação em ver meus pais saudáveis, era constante. Queria sempre vê-los alegres, felizes e orgulhosos pelo filho concebido.
É dadivoso provocar alegria e orgulho, às pessoas que tanto me ajudaram. Nessa longa jornada, perdi meus pais e um irmão. Senti essas perdas, mas alegre por nunca tê-los magoado. A alegria que tiveram comigo, certamente, haverá de fazê-los felizes lá naquela importante dimensão.
Vítor, amigo; você nasceu ontem. Mas é um talento despercebido.
Se você não reconhece o talento que tem, nessa constante subestima as virtudes, pare para pensar. Leia! Estude! Interesse-se pelas coisas reais, deixando para o passado um gozo ilusório, um egoísmo impar, parecendo que as virtudes e a boa vivência são meras figuras sem valor.
Fale comigo; seja feliz, para carrear a felicidade no seio dessa grande família, que tudo tem feito para ser feliz.
                                                                                    
                                                                                                  Um beijo
                                                                                                     Mauro

Um comentário:

Unknown disse...

Tristemente Bonito!!!