sexta-feira, 26 de julho de 2013

MENSAGEM AO PREFEITO DE SÃO PAULO SR. FERNANDO HADDAD

22/julho/2013


Ví, no jornal (OESP), do dia 18/07/2013, a seguinte manchete:
“Haddad convoca Conselho e diz que São Paulo pode ficar ingovernável”.
Dentre o que foi falado por você, eu destaco: A DÍVIDA ERA DE 11 bilhões, já pagamos 20 bilhões e ainda devemos 54 bilhões”
Parece uma dívida de precatório da Prefeitura de Guarei...
Eu sempre falei que não existe nenhuma lei, nenhuma instituição por mais sagrada que seja, que tem o direito ou moral para inviabilizar um município, um estado, ou indústria ou comércio, por cálculos apresentados por um débito.
Como você está falando: devíamos 11, pagamos 20 e ainda devemos 54 bilhões !!!
Isto, arrepia ou desespera qualquer administração responsável;
Aqueles que de 11 já pagaram  20 bilhões sem reagir, não merecem uma concepção favorável de ninguém de bom senso; imagina ainda estar devendo 54 bilhões... não dá pra mensurar !!! parece coisa de outra galáxia...
Parabéns a você, por ter se manifestado, bem diferente daqueles que nada falam, nada providenciam, deixa prá lá) !!!
Não voto no PT. Não votei em você. Ajo apenas como cidadão livre e decente, não sendo impedido de prestar-lhe solidariedade e apoio.
Dentro dessa situação, vou narrar um episódio acontecido comigo, em pleno regime militar, parece que foi na década de 70.
Pode servir de base para sua ação de alta responsabilidade.
O regime militar então, lançou um projeto de construção de casas, e com ele, o BNH (Banco Nacional de Habitação), para o financiamento a longo prazo das moradias. Os primeiros financiamentos foram destinados aos militares.
Uns 10 meses depois, a mídia divulgava dia e noite, que as famílias agraciadas não mais estavam podendo pagar as prestações, tanto que subiam! Uma dívida original de 100, por mais que se amortizava, sempre tinha um saldo devedor de 300 ou 500 mil. Era um desespero total ! Igual ao seu ...
Assim, preocupado, fui a Osasco, que era o polo das construções iniciais, para confirmar se o divulgado era verdadeiro.
Cheguei de manhãzinha numa casa, uma Senhora me atendeu, reclamou muito, e me forneceu a cópia do contrato.
Falei pra ela que levaria a cópia, porque eu não tinha levado uma lupa, tão pequenas eram as letras, pareciam de encomenda. Antes de obter o seu sim, encostou à porta, um jeep, conduzindo o General – dono da casa.
Na hora, ele me autorizou levar o documento para análise. Após analisado, devolvi em seguida.
Como eu queria começar uma  briga, com solução urgente, fiquei sabendo que para tanto, eu precisaria  comprar uma casa, para ter direito de brigar. Eu precisaria, para ter direito, participar do esquema.
Comprei a casa, pois, naquela época, a venda já havia sido autorizada a civis.
Lembro-me que paguei 3 prestações; antes de pagar a 4ª prestação, entrei com um questionamento; (as prestações subiam tanto, que eu não podia continuar- queria o meu dinheiro de volta). Assim, começou uma contenda. Escrevia direto ao Presidente da República, sugerindo modificações no projeto, e tanto mais. Ainda, visitei guarnições das forças armadas, manifestando preocupações. Em pouco tempo, eu fiquei em meio a muitos comentários militares.
Tanto foi assim, que o exército indicou-me um general Economista, ligado à Presidência.
Homem competente e atencioso, telefonava ou vinha pra São Paulo encontrar-se comigo. Levava minhas ideias ao Presidente.
Duas ou três ideias minhas foram rejeitadas pelo governo; um dia, sem desânimo, eu continuava escrevendo e sugerindo, até que o General me avisou que o Presidente estava assinando um Decreto, segundo o qual, daquele momento em diante, nenhuma prestação do Banco Nacional de Habitação, poderia ser superior a 25 por cento do que o mutuário ganhava.
Batalha vencida, continuei atento, pois, precisava receber de volta o que havia pago na compra da casa. Era muito difícil que isto pudesse acontecer; a Imobiliária tinha atitudes brutais, agressivas!
Num dia, numa grande festa de entrega de muitas residências, eu subi no palanque das autoridades, para fazer um discurso. A imobiliária, apavorada, pedia para eu descer, que  devolveria o meu dinheiro com juros e correções. Foi o que aconteceu ...
Com essa bonita história de vida, espero que Haddad tenha em mente não existir nenhuma lei ou autoridade que possa inviabilizar o que está montado ou construído. De 11 para 20 bilhões, não existe nada a ser acrescentado, e a Presidenta reconhecerá essa realidade.
UNS POUCOS LUCRAM MUITO;
MUITOS PERDEM MUITO;
IMENSIDÕES PASSAM FOME E NEM TÊM UM BERÇO;
COM ISTO, A CRISE MUNDIAL;
O PERIGO RONDA A HUMANIDADE;
SERÁ QUE O EGOÍSMO, O ORGULHO, A INDIFERENÇA COM VAIDADE CEGAM?
      
Paradoxo
Precisamos ser sinceros e leais.
Por isso, não podemos nos jactar como defensores dos pobres, sustentando uma conta escandalosa, que cria miséria em São Paulo.

Até quando?

Mauro Martins


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