Globalização & Países Emergentes

Globalização & Países Emergentes

 

Ao contrário do que muitos pensam, Globalização não é algo que se projeta ou que alguém tenha inventado.

É um fenômeno que surge naturalmente, como nasce uma cidade, por exemplo. Constrói-se aqui, ali, e acolá. Em seguida alguém monta uma padaria, uma lanchonete, e daí pra frente. Quando menos se espera, eis que está formada a povoação, a vila, o patrimônio, e a cidade já está pronta.

Os países mais evoluídos, principalmente os que possuem alta tecnologia, sob a égide da informática, são os que mais usufruem, porque a sua produção de bens e serviços graças a elas, tem aumentado vertiginosamente nos ultimos anos, em quantidade e qualidade.

Assim, ficou impossível a absorção entre esses países, de tudo o que se produz. Isto posto, outro recurso não resta, a não ser a sua projeção pelo mundo, onde vendem esses bens a preços imbatíveis. Fica impossível a competitividade, tendo em vista o despreparo das nações mais fracas, que tem sofrido verdadeiro massacre, com suas balanças comerciais em frangalhos. O Brasil, que não é tão fraco, tem sofrido por isso, com déficits e mais déficits nas suas contas de balanços com o exterior.

Os Mais ricos sempre existiram. mas depois de advento da alta tecnologia, os mesmos têem ficado mais ricos, distanciando-se cada vez mais e (perigosamente dos mais pobres). Paradoxalmente, diante desse quadro assaz preocupante, não existem culpados.

Existem, sim, aqui e ali, os egoístas, arrogantes, e indiferentes diante do perigo global.

Acreditamos que com uma boa dissuasão ou persuasão, estes irão adentrar uma consciência mais responsável, passando a saber que todos estamos no mesmo barco, e suas riquezas não serão suficientes para evitar o pior. Para essa importante empreitada, a mídia global exercerá o principal papel, o que com certeza, será acompanhado pelas sociedades organizadas, que sairão do seu individualismo e partirão em conjunto, para a quebra dos privilégios existentes nos vários países em desenvolvimento, onde perdem-se preciosos momentos em infindáveis discussões políticos partidárias e cambalachos de toda ordem, deixando-se os assuntos vitais relegados a própria sorte.

As profecias não prevêem final feliz para o nosso planeta tão belo. Talvez elas, as profecias, já previam para o futuro, a qualidade individualista da maioria dos homens dos nossos dias. Essa maioria não liga para nada, não ama, não tem congraçamento, não respeita, mas defende até com sangue, os seus interesses mesquinhos.

É um tal tudo para mim, não se importando que nada sobre aos outros. Num artigo do Frei Beto, de 24 de janeiro ultimo, no Jornal O Estado de São Paulo, ele cita alguns dados fornecidos pelo Banco Mundial, que passamos a reproduzir:

“Vinte por cento de uma população privilegiada, recebem oitenta por cento de toda a produção industrial do planeta;

Das seis bilhões de pessoas do mundo, dois bilhões e oitocentos milhões delas recebem até sessenta dólares por mês; Hum bilhão e duzentos milhões, recebem até trinta dólares; Cento e vinte e cinco milhões de crianças em idade escolar, não vão a escola; Quatro norte americanos, têem fortunas correspondentes ao PIB de 42 países, com seiscentos milhões de habitantes.

Quatrocentas e quarenta e sete pessoas têem renda superior a cinqüenta por cento da população da Terra.

A serem verdadeiros esses dados, e diante de quadro tão negro, fica fácil prever o destino da humanidade, podendo ser dispensadas até as profecias.

Portanto, a mídia mundial, bem assim as elites como um todo, devem refletir sobre o assunto, e começar a trabalhar logo, para revertermos os fatos que poderão nos conduzir a um túnel sem saída e sem retorno. (AINDA HÁ TEMPO), porque a concentração de renda do mundo, tem seus agentes devidamente catalogadas. Por isso, a nossa proposta será facilitada, eis que esses agentes poderão ser trabalhados em caráter específico, com argumentos francos e leais, e não com atitudes raivosas, desrespeitosas, atrevidas, que só têem aumentado as distâncias para um global entendimento.

Guarei, 13 de Fevereiro de 2001

Anteciosamente:

MAURO MARTINS